Capitais do Nordeste avançam em ranking de demanda imobiliária

Fortaleza assume liderança nacional. Belém também se destacou, reflexo das melhoras urbanísticas preparatórias para a COP30

Recife, Fortaleza, Natal e Salvador registraram os maiores avanços na nova edição do Índice de Demanda Imobiliária (IDI) Brasil, que mede a atratividade de cidades brasileiras para o mercado de imóveis residenciais verticais. Belém também se destacou, impulsionada pelos investimentos públicos e privados realizados antes da COP30.

Presidente do Conselho Consultivo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, explica que o movimento reflete o dinamismo atual da capital do Pará e que a tendência é de continuidade, mesmo após o evento da Organização das Nações Unidas sobre mudanças climáticas.

“Belém teve esse resultado como reflexo dos investimentos para COP30. Quando há investimentos na cidade, o mercado imobiliário melhora. E um mercado imobiliário pujante também é bom para cidades. As pessoas adoram morar perto de onde existe infraestrutura, como metrô, escola, hospital”, afirma Martins.

Realizado pelo Ecossistema Sienge, CV CRM, Grupo Prospecta e pela CBIC, o levantamento passou a abranger 79 cidades em sua edição mais recente, divulgada nesta quarta-feira (29). O IDI Brasil é baseado em dados reais de transações imobiliárias e apresenta, de forma gratuita, o desempenho de cada cidade.

Nordeste ganha protagonismo

A região Nordeste consolidou-se como destaque nacional em 2025. Fortaleza (CE), que já vinha registrando forte demanda no padrão econômico, superou Curitiba (PR) e assumiu a liderança nacional no segmento.

De acordo com o índice, metade das dez cidades mais bem colocadas no padrão econômico pertence ao Nordeste. Recife (PE) subiu três posições e ocupa o 5º lugar; Salvador (BA) aparece em 6º; e São Luís (MA) avançou seis posições, chegando ao 14º lugar.

Avanço do mercado de médio padrão

No segmento de renda familiar entre R$ 12 mil e R$ 24 mil, São Paulo (SP), Goiânia (GO) e Brasília (DF) mantêm as três primeiras posições. A novidade é Salvador (BA), que subiu oito colocações e agora figura em 4º lugar, impulsionada pelo crescimento da demanda e pela atratividade de novos lançamentos.

Belém (PA) também se destacou, subindo seis posições e chegando à 12ª colocação. Segundo Fabrizio Gonçalves, presidente do Sinduscon-PA, o mercado local vive um momento de retomada. “Tenho visitado obras ainda na fundação com mais de 90% das unidades vendidas. O mercado de Belém está aquecido e deve seguir assim no próximo ano, mesmo após a COP”, afirmou.

O ranking de médio padrão mostra uma distribuição equilibrada entre regiões: três cidades do Sudeste, três do Sul, duas do Centro-Oeste e duas do Nordeste.


Top 5 – Médio padrão:

São Paulo (SP)
Goiânia (GO)
Brasília (DF)
Salvador (BA)
Curitiba (PR)


Segmento econômico e alta demanda

Entre as famílias com renda mensal de R$ 2 mil a R$ 12 mil, o movimento foi de maior dinamismo. Fortaleza assumiu a liderança nacional, refletindo melhora na economia local e redução dos estoques de imóveis.

Campo Grande (MS) foi o destaque fora do eixo Norte-Nordeste, com ganho de 11 posições e chegada à 15ª colocação, impulsionada pela atratividade de lançamentos.

Top 5 – Padrão econômico:

Fortaleza (CE)
São Paulo (SP)
Curitiba (PR)
Goiânia (GO)
Recife (PE)

Crescimento no alto padrão

O mercado de alto padrão (renda acima de R$ 24 mil) manteve o domínio de São Paulo e Goiânia, mas com avanço consistente do Nordeste. Recife (PE) e Fortaleza (CE) passaram a figurar entre as primeiras colocações, sustentadas pela combinação entre demanda direta e novos lançamentos.

Natal (RN) teve um salto expressivo, subindo da 60ª para a 24ª posição. O movimento, segundo o estudo, foi impulsionado pelo aumento da atratividade de empreendimentos voltados à alta renda e investidores.

Top 5 – Alto padrão:

São Paulo (SP)
Goiânia (GO)
Recife (PE)
Fortaleza (CE)
Brasília (DF)

Dinamismo nacional

Para Gabriela Torres, gerente de Inteligência Estratégica do Ecossistema Sienge, a quinta edição do IDI Brasil confirma a vitalidade do setor. “As movimentações observadas no terceiro trimestre de 2025 são expressivas. O acompanhamento trimestral é essencial para entender o comportamento da população e suas relações com a demanda por habitação”, afirmou.

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