As mudanças no Sistema Financeiro da Habitação, os impactos da reforma tributária e o cenário do crédito imobiliário no país foram debatidos na Rodada de Negócios de Mercado Imobiliário da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), realizada nesta sexta-feira (24), em Maringá (PR). O encontro foi promovido pela Comissão da Indústria Imobiliária (CII), com participação de representantes do governo estadual, do Sinduscon PR Noroeste e da entidade nacional.
O presidente da CBIC, Renato Correia, destacou a relevância do diálogo entre os agentes do setor. “Temos um déficit habitacional que persiste há 50 anos e atinge milhões de pessoas. Esse tipo de reunião ajuda a encontrar caminhos para que o setor avance e contribua para reduzir esse déficit”, afirmou.
O vice-presidente da Indústria Imobiliária da CBIC, Ely Wertheim, apresentou as principais discussões em torno da reformulação do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), tema que vem sendo tratado pela entidade em reuniões com o Banco Central, Ministério da Fazenda, Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal.
Segundo Wertheim, a proposta em debate prevê mudanças significativas na forma de financiamento da produção e da comercialização de imóveis. “A caderneta de poupança deixará de financiar a produção e será direcionada integralmente ao crédito imobiliário. A produção passará a ser financiada por LCI, o que tende a elevar o custo, mas também a ampliar o papel dos bancos na concessão de crédito”, explicou.
Ele acrescentou que, a partir de janeiro de 2027, 100% dos recursos da poupança serão destinados ao financiamento imobiliário, sendo 80% para o residencial e 20% para o imobiliário em geral. “Essa modernização deve trazer mais previsibilidade e estimular novos investimentos no mercado imobiliário”, completou.
Outro tema central da reunião foi a reforma tributária, que entra em fase de regulamentação com diversos projetos de lei em tramitação no Congresso. Wertheim alertou que as mudanças exigem atenção imediata das empresas. “Precisamos estar atentos a essas transformações. A nova legislação vai impactar diretamente o setor, e é fundamental que os empresários procurem seus contadores e advogados para compreender os efeitos práticos das novas regras”, orientou.
O representante de Relações Institucionais e Governamentais da CBIC, Luis Henrique Cidade, reforçou a importância da mobilização do setor para acompanhar o processo de regulamentação. “Do outro lado, estão secretários de Fazenda de estados e municípios, buscando ampliar a arrecadação. Do nosso lado, é essencial que mantenhamos vigilância e clareza sobre como se dá o negócio imobiliário, para evitar interpretações equivocadas e cobranças indevidas”, destacou.
Encerrando a programação, o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, apresentou um panorama atualizado do financiamento imobiliário no país, que soma R$ 300 bilhões aplicados atualmente. “Apesar da desaceleração no crédito para produção, o mercado segue robusto. Nos primeiros oito meses do ano, tivemos uma queda de 18% no financiamento total, puxada principalmente pela produção, mas as vendas seguem em crescimento, com alta de cerca de 10% nas principais cidades”, avaliou.
Petrucci também ressaltou o papel do programa Minha Casa, Minha Vida na sustentação do setor. “O programa segue cumprindo um papel fundamental na expansão do mercado habitacional e na manutenção do ritmo de lançamentos”, concluiu.
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