Reunião do GT para Valorização da Engenharia debate educação e o futuro da profissão

A engenharia brasileira enfrenta desafios importantes em sua valorização e renovação. É o que aponta a pesquisa nacional apresentada pelo presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), Vinícius Marchese, durante a 16ª Reunião Ordinária do Grupo de Trabalho para Valorização da Engenharia, promovida pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), através da sua Comissão de Obras Industriais e Corporativas (COIC) nesta quarta-feira (23). 

O estudo ouviu 48 mil profissionais de engenharia em todo o país e revelou dados preocupantes sobre a distribuição regional, a representatividade de gênero e o interesse dos jovens pela profissão. Segundo o levantamento, 80% dos engenheiros são homens, e o equilíbrio de gênero nas áreas técnicas pode levar cerca de 50 anos para ser alcançado.

A pesquisa também mostrou que mais da metade dos profissionais (54%) está concentrada na região Sudeste e que o setor da construção civil continua sendo o principal campo de atuação. Apesar da redução no número de estudantes matriculados em cursos de engenharia, os profissionais demonstraram otimismo quanto ao futuro da carreira.

“95% dos profissionais acreditam que a nossa profissão contribui para uma sociedade melhor”, destacou Vinícius. Para ele, é urgente trabalhar o interesse dos jovens ainda no ensino básico. “A engenharia precisa ser percebida como uma carreira de propósito, inovação e impacto social. Isso precisa ser construído com políticas de longo prazo, como um programa de Estado, não de governo.”

A pesquisa pode ser acessada neste link: https://www.confea.org.br/midias/uploads-imce/Pesquisa_Quaest_Confea_0.pdf

O presidente da COIC/CBIC, Ilso Oliveira, reforçou a urgência do tema e a necessidade de ações integradas com o setor educacional. “Precisamos mostrar aos jovens a relevância da engenharia e o quanto ela está presente em tudo o que impacta a vida em sociedade. A pesquisa mostra que estamos perdendo essa conexão com as novas gerações — e isso precisa mudar com urgência”, afirmou.

 Sesi propõe integração entre ensino médio e engenharia

Com foco em reverter esse cenário, o gestor do Serviço Social da Indústria (Sesi), Jhony Antonio Barboza, apresentou um projeto inédito para criar um itinerário formativo em engenharia voltado aos alunos do ensino médio. A iniciativa visa aproximar os estudantes da realidade da engenharia por meio de conteúdos aplicados, desenvolvimento de protótipos e desafios práticos inspirados nas demandas da indústria.

“Estamos com um prazo até março do próximo ano para apresentar esse projeto integrador, que visa trazer as dores da indústria da construção para o currículo e aproximar a educação do mercado de trabalho”, explicou Jhony.

A proposta será construída em parceria com o Grupo de Trabalho da CBIC, que reunirá contribuições até o final de agosto para análise conjunta. A expectativa é que o projeto-piloto envolva escolas do Sesi em todo o país, com potencial para expansão a outras redes de ensino.

Para Ilso Oliveira, conectar o mercado à educação, desde o ensino médio até o superior, é essencial para gerar interesse real pela profissão. “Temos feito experiências muito positivas com escolas do Sesi, que mostram como é possível criar essa ponte entre o mundo da educação e o setor produtivo. Essa aproximação precisa ser permanente e ampliada”, pontuou.

Ele também destacou que a campanha de valorização da engenharia deve ir além da rede Sesi. “É fundamental que essas ações cheguem também às escolas públicas e às universidades. Só assim vamos ampliar o impacto da iniciativa e alcançar mais jovens com uma mensagem positiva sobre a engenharia e suas possibilidades”, finalizou. 

O tema tem interface com o projeto “Engenharia e Educação como Vetores da Sustentabilidade”, da COIC/CBIC, com a correalização do Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional).

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