Quintas da CBIC debate financiamento em infraestrutura

Nesta quinta-feira (17), a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), por meio da sua Comissão de Infraestrutura (Coinfra), promoveu mais uma edição do Quintas da CBIC, com o tema “Financiamento do Investimento em Infraestrutura”. O evento, transmitido ao vivo pelo YouTube, contou com a participação de especialistas que discutiram os principais desafios e oportunidades para viabilizar o financiamento de projetos de infraestrutura no Brasil.

Eduardo Aroeira, vice-presidente da CBIC, destacou a importância da infraestrutura para o país. “A importância da infraestrutura para o nosso país, e para qualquer país, é imensa. Precisamos reconhecer uma dívida histórica com a população, especialmente no saneamento básico. São quase 30 milhões de brasileiros sem acesso a água tratada e quase metade da população sem esgoto adequado. Os impactos dessa carência vão além da economia, afetando saúde e produtividade”, ressaltou Aroeira.

Carlos Eduardo Lima Jorge, vice-presidente de Infraestrutura da CBIC, trouxe dados sobre o crescimento econômico e a necessidade de investimentos em infraestrutura. “O PIB está crescendo em torno de 2,5% ao ano, com perspectivas de elevação para 3,2% em 2024. Contudo, o Brasil deveria investir pelo menos 4,3% do PIB ao ano em infraestrutura, enquanto a média atual é de apenas 2,4%. Para 2024, os investimentos em infraestrutura devem atingir R$ 235 bilhões, considerado um recorde histórico”, afirmou.

Juliana Alvim, Gerente de Relacionamento com Clientes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), destacou os números de desembolsos do banco. “Em 2022, o valor desembolsado foi de R$ 975 bilhões, e em 2023, R$ 114 bilhões, com mais de 230 mil operações realizadas. O apoio é feito por meio de operações diretas e indiretas, sendo que as diretas são para valores superiores a R$ 20 milhões. O BNDES apoia MPMEs em mais de 5.230 cidades brasileiras, o que representa 93% do total”, explicou.

Lineia Sampaio, Gerente Nacional de Produtos de Crédito, Soluções de Pagamento e Canais Digitais da CAIXA, abordou as soluções de financiamento disponíveis. “Oferecemos programas como Saneamento Para Todos, Pró-Cidades e Pró-Transporte, com prazos de pagamento de até 120 meses e carências que variam conforme a necessidade do setor público. Para o setor privado, as condições são definidas caso a caso”, detalhou Sampaio.

Venilton Tadini, Presidente Executivo da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB), ressaltou a necessidade de coordenação entre os setores público e privado. “Temos acompanhado os investimentos e, nos próximos 15 anos, haverá cerca de R$ 830 bilhões em projetos que precisam de financiamento privado. Isso inclui não apenas o setor de saneamento, mas também transporte e energia. Precisamos de um esforço conjunto para viabilizar esses recursos”, afirmou Tadini, que destacou a importância de um planejamento adequado.

Ilana Ferreira, superintendente técnica da Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON SINDICON), abordou os desafios do saneamento. “Infelizmente, no Brasil, temos níveis muito baixos de atendimento. Em 2020, uma lei estabeleceu metas de atendimento à população, mas ainda temos 44% sem acesso a tratamento de esgoto e 15% sem abastecimento de água. A estimativa de investimento necessário é de mais de R$ 900 bilhões”, afirmou. Ela também destacou que “desde a nova legislação, já foram realizados 51 leilões em 19 estados, totalizando mais de R$ 200 bilhões”.

Marco Aurélio Barcelos, diretor presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), falou sobre as concessões rodoviárias e a demanda por investimentos. “A política de concessões se consolidou no Brasil e temos um horizonte muito promissor. Contudo, é fundamental que todos estejamos preparados para enfrentar o aumento da demanda por recursos financeiros e materiais. Acredito que enfrentaremos um ‘problema bom’, que é a alta demanda por investimentos, e precisamos garantir que isso aconteça de forma fluida”, alertou Barcelos.

O tema tem interface com o projeto “Segurança Empresarial como Ferramenta para Geração de Empregos, Redução das Desigualdades Sociais, Desenvolvimento Sustentável da Competitividade e Inovação no Setor de Infraestrutura”, da Comissão de Infraestrutura (Coinfra) da CBIC, em correalização com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

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