O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, participou nesta quarta-feira (2), do webinar ‘Indicadores econômicos e do mercado imobiliário’, promovido pelo portal AECweb. Correia também falou sobre os principais desafios do setor no momento, relacionados a mudanças tributárias e nos juros, demanda por funding e mão de obra capacitada.
O principal tema foi desempenho do mercado imobiliário brasileiro no 1º semestre de 2024, com destaque para um crescimento significativo de 15% nas vendas e de 5% nos lançamentos.
O presidente da CBIC comentou que os resultados foram especialmente impulsionados pelo programa Minha Casa Minha Vida, que sofreu ajustes a fim de possibilitar o acesso de mais pessoas à moradia. A regulamentação do programa trouxe confiança ao mercado, segundo ele, permitindo que lançamentos represados fossem realizados.
A expectativa de Renato Correia é de que o segundo semestre de 2024 apresente um desempenho ainda melhor, com novos incentivos e um mercado financeiro maduro para suportar o crescimento. A explicação é que a relação entre preço e custos de construção começou a se estabilizar, beneficiando tanto compradores quanto construtores.
A discussão também incluiu os impactos da Reforma Tributária. Correia lembrou que as entidades representativas da construção civil e do mercado imobiliário lideradas pela CBIC vêm dialogando com governo e parlamento para que seja mantida a carga tributária próxima da atual, a fim de que não haja aumento significativo dos impostos e do custo da habitação. “É necessário um desconto na alíquota geral para evitar aumentos nos preços dos imóveis”, justificou. Ele ainda disse que a CBIC é favorável à reforma por estimular a industrialização no setor.
O presidente Renato Correia ainda respondeu perguntas do público e debateu temas como a escassez de mão de obra e a necessidade de capacitação no setor, a demanda por novas formas de financiamento.
Outros pontos relevantes giraram em torno do recente anúncio de aumento da Selic pelo Banco Central e a demanda por formas de financiamento na construção, em especial, para a habitação de interesse social.
“A taxa de juros influencia a renda do trabalhador e, consequentemente, o mercado imobiliário, mas mesmo com juros altos, as vendas continuam aquecidas”, revelou. “Vale lembrar que o saque-aniversário do FGTS retirou recursos do mercado imobiliário, impactando a produção de habitação no Brasil, que segue com um déficit habitacional superior a 6 milhões de unidades. Por isso o país precisa rever a saída de recursos do Fundo para outros fins e também criar alternativas ao FGTS e à poupança”, comentou.
Confira a íntegra do webinar na página da AECweb no Youtube
A apresentação do evento foi feita pelo diretor comercial de soluções para fornecedores da Construmarket, Luiz Gripp, e pela gerente de inteligência estratégica da Softplan para Indústria da Construção, Gabriela Torres.
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