A Comissão de Obras Industriais e Corporativas (COIC) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) divulgou, nesta quarta-feira (04), o estudo “Impacto Econômico da Construção Industrial e Corporativa no País”, que revela a importância e a diversidade do setor para o desenvolvimento econômico nacional.
Carlos Correa, sócio-diretor da Brainmarket, explicou que a pesquisa tem como foco a sustentabilidade das empresas do setor de obras e indústrias corporativas, abordando três relatórios principais: segmentação e caracterização do setor, análise do impacto econômico e o relatório consolidado.
A pesquisa combina dados primários e secundários, extraídos de publicações de associações do setor e informações diretas de empresas. Entre os temas abordados estão as oportunidades no setor, o impacto no PIB, a demanda por obras, os investimentos em capital e os gastos operacionais, com especial atenção aos dados de faturamento e manutenção.
Em seguida, Eduardo Aragon, sócio-diretor da Brainmarket, apresentou um resumo de um dos entregáveis da CBIC, composto por 199 slides, que ilustra o cenário atual do setor. O estudo aborda tópicos como redução de CO2, inovação, transição energética, geopolítica e os desafios relacionados à contratação de mão de obra qualificada. O foco está nos mercados-alvo para os próximos três anos, com projeções para os próximos 12 anos, abrangendo áreas como óleo e gás, offshore, refino, transporte, energia, mineração, infraestrutura, fertilizantes e os setores químico e petroquímico.
O estudo projeta investimentos de cerca de R$ 600 bilhões no próximo triênio, com base em dados históricos e fontes confiáveis. Também destaca o mercado de OPEX, especialmente na área de manutenção, com exemplos como o polo petroquímico de Camaçari, na Bahia.
Durante a apresentação, o estudo sublinhou desafios emergentes que ganham destaque nos debates do setor, como a escassez crescente de profissionais especializados em construção e engenharia. Esse déficit pode se tornar um obstáculo significativo para o setor, exigindo ação coordenada entre as empresas.
Carlos Correa ressaltou a grave escassez de mão de obra qualificada, que afeta tanto profissionais de nível superior quanto técnicos operacionais, intensificando a concorrência entre as empresas por esses trabalhadores. Para mitigar esse problema, estão sendo firmadas parcerias com universidades para estimular estudantes a escolherem a engenharia como carreira.
Além disso, foi lançada uma campanha de valorização da engenharia, e um programa de capacitação está sendo desenvolvido, inspirado em modelos da indústria automobilística, como o exemplo da Mitsubishi, que treina técnicos especializados. Correa destacou que, para o sucesso dessa iniciativa, é essencial uma ação integrada entre empresas e universidades.
A pesquisa também revelou um problema estrutural na construção civil: a subvalorização dos profissionais do setor. Correa observou que muitos empresários acreditam que os trabalhadores não têm comprometimento, enquanto os trabalhadores sentem que os empresários não se importam com eles, devido aos baixos salários, condições de trabalho inadequadas e falta de reconhecimento. Esse ciclo de desconfiança mútua é um dos maiores desafios do setor, e é fundamental que todos os envolvidos trabalhem juntos para encontrar soluções que melhorem essa relação, de forma estratégica e colaborativa.
O tema tem interface com o projeto “Sustentabilidade das Empresas do Segmento de Obras Industriais e Corporativas”, da Comissão de Obras Industriais (COIC) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), com a correalização do Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).
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