Em extensa entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato de Sousa Correia afirma que, embora o saque-aniversário do FGTS seja bem calculado para evitar riscos ao trabalhador e ao sistema financeiro, os empréstimos que antecipam esse saque do fundo por muitos anos desvirtuam a finalidade do fundo e podem impedir o consumidor de comprar imóveis. Para o executivo, a modalidade de empréstimo foge da função original do fundo, que é proteger o consumidor e ajudá-lo a comprar o primeiro imóvel. A queda de recursos da poupança também impacta no financiamento imobiliário do País, diz.
Correia acredita que o governo federal agiu corretamente ao limitar o financiamento de imóveis usados por meio do programa Minha Casa Minha Vida, o que levou à exigência de entrada no valor de 50%. “O FGTS tem de produzir imóvel novo por uma característica própria de retroalimentação do sistema. Ou seja, tem de gerar emprego para que eu possa retroalimentar o próprio FGTS. Nós temos de estar vigilantes à sustentabilidade do FGTS. O usado (imóvel) vinha com 9% (de participação) do valor e isso subiu para 30%”, diz.
O presidente também avalia o desempenho do mercado imobiliário em geral e do programa Minha Casa, Minha Vida, demanda por mão de obra no setor, o enfrentamento ao déficit habitacional, a necessidade de fontes de financiamento e os impactos da reforma tributária, entre outros temas.
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