Copom mantém Selic em 10,50% e reforça cautela em meio a desafios econômicos 

Nesta terça-feira (06), o Banco Central do Brasil divulgou a Ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu manter a taxa Selic em 10,50% ao ano. O Copom enfatizou a importância de uma abordagem cautelosa na política monetária, dado o cenário econômico desafiador que persiste tanto no Brasil quanto no exterior.  

Cenário Internacional e Doméstico: O ambiente externo continua adverso, com incertezas sobre os impactos da flexibilização monetária nos EUA e sobre a dinâmica de inflação e atividade econômica em diversos países. A menor sincronia entre os ciclos de política monetária e a volatilidade nos mercados financeiros têm exigido prudência das economias emergentes, incluindo o Brasil. 

Internamente, o dinamismo da atividade econômica e do mercado de trabalho tem superado as expectativas. Indicadores como o comércio e serviços mostram resiliência, embora a inflação tenha mostrado sinais de desinflação mais lentos. As expectativas para 2024 e 2025 permanecem elevadas, em torno de 4,1% e 4,0%, respectivamente. 

Projeções e Riscos: No cenário de referência, a inflação projetada para o primeiro trimestre de 2026 é de 3,4%, ainda acima da meta de 3%. A inflação esperada para 2024 e 2025 é de 4,2% e 3,6%, com maiores riscos de alta incluindo uma possível desancoragem das expectativas de inflação e uma resiliência maior na inflação de serviços do que o previsto. 

O Comitê observou que as taxas de câmbio e os fluxos de capital refletem aversão ao risco global, o que afeta as economias emergentes e exige cautela na política monetária. A condução da política fiscal também tem impacto significativo, e a falta de reformas estruturais e a evolução da dívida pública são fatores que podem elevar a taxa de juros neutra. 

Decisão e Estratégia Futura: O Copom optou por manter a taxa Selic inalterada para consolidar o processo de desinflação e garantir a ancoragem das expectativas de inflação. A decisão reflete a necessidade de monitorar de perto as condições econômicas e ajustar a política conforme o cenário evolui. O Comitê reforçou seu compromisso com a meta de inflação e continuará avaliando a necessidade de ajustes futuros com base nas condições econômicas e na dinâmica da inflação. 

Em suma, o Copom sublinha que a política monetária deve permanecer contracionista para assegurar a estabilidade de preços e suavizar as flutuações da atividade econômica, enquanto se mantém vigilante às mudanças no cenário econômico global e doméstico. 

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