CBIC faz balanço da agenda ambiental e traz perspectivas para 2026

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) fez um balanço da agenda ambiental de 2025 durante a 2ª Reunião Ordinária da Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade (CMA), realizada nesta segunda-feira (15). O encontro reuniu representantes do setor para discutir os resultados da COP 30, os avanços regulatórios e os impactos do novo Marco Legal do Licenciamento Ambiental sobre a atividade da construção e as perspectivas da área de sustentabilidade para o próximo ano.

O vice-presidente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CBIC, Nilson Sarti avaliou que 2025 foi um ano de intensa mobilização do setor privado em torno da pauta climática, com forte atuação antes mesmo da COP 30. Segundo ele, a agenda pré-COP foi decisiva para posicionar a indústria nas discussões internacionais. “Foi um ano extremamente rico de trabalho. Tivemos uma agenda pré-COP muito forte, com o governo se movimentando e a indústria organizada, especialmente por meio da SBCOP, trazendo o olhar do setor privado sobre como implementar essas ações”, afirmou.

Ao tratar das perspectivas para 2026, Nilson Sarti destacou que o próximo ano será marcado pela fase de implementação das agendas discutidas em 2025, especialmente no que diz respeito à taxonomia sustentável, à descarbonização e à eficiência energética. Segundo ele, esses critérios passarão a ter impacto direto no acesso ao crédito e no custo do financiamento para o setor. “A classificação das atividades ligadas à sustentabilidade vai se conectar diretamente aos financiamentos, influenciando a qualidade e o custo do crédito de acordo com a pontuação atribuída na taxonomia”, afirmou.

Sarti ressaltou ainda que o avanço dessa agenda exigiu intenso diálogo técnico ao longo do ano, inclusive com ministérios e equipes do governo federal, para garantir critérios compatíveis com as particularidades da construção brasileira. “A construção é favorável à agenda ambiental, mas ela precisa respeitar nossas especificidades e a competitividade do país. Trabalhamos com embasamento técnico, buscamos referências internacionais, mas adaptadas à nossa realidade. Houve um processo de amadurecimento e entendimento por parte do governo, e 2026 será um ano de colocar tudo isso em prática”, concluiu.

Durante a reunião foram apresentados os resultados da COP 30 por Rafaela Aloise, analista de Políticas e Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ela destacou que a conferência marcou o início da fase de implementação do Acordo de Paris e reforçou o papel do Brasil como liderança até novembro do próximo ano. “A COP não é apenas um evento, ela é o cerne das negociações climáticas globais. O Brasil segue como presidente da COP até 2026 e assumiu o compromisso de avançar em temas como descarbonização, adaptação aos eventos extremos e combate ao desmatamento”, explicou.

Os impactos do Marco Legal do Licenciamento Ambiental e da proteção das áreas de restinga foram analisados pelo consultor da CMA, Marcos Saes. Para ele, a derrubada dos vetos representou uma sinalização clara do Congresso Nacional. “O Congresso mostrou maturidade. Foram mais de duas décadas de debate, com ampla participação da sociedade, e esse processo não poderia ser substituído por uma decisão isolada”, afirmou.

Saes chamou atenção para o desafio de adaptação à nova lei, que entra em vigor após um período de vacatio legis de seis meses. Segundo ele, boa parte desse prazo foi consumida pelas disputas legislativas, o que amplia a insegurança jurídica. “A lei traz mudanças relevantes e exige adaptação de empreendedores, órgãos ambientais e do próprio Judiciário. Gastamos quatro dos seis meses discutindo vetos e medidas provisórias, o que torna 2026 um ano especialmente desafiador para quem empreende ou atua com direito ambiental no Brasil”, concluiu.

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