A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, realizou nesta terça-feira (03) um webinar para debater as principais tendências e desafios do setor da construção para 2025. O evento contou com a participação de especialistas, empresários e profissionais do mercado imobiliário, que discutiram as projeções para o setor no próximo ano, com foco em estratégias, inovações e oportunidades de crescimento.
Durante o encontro, foram discutidos os impactos econômicos, novos modelos de financiamento e projeções para o mercado imobiliário, com foco em soluções acessíveis, especialmente para a baixa renda.
O presidente da CBIC, Renato Correia, destacou que 2024 tem sido um ano positivo para a indústria da construção, com mais de R$ 160 bilhões em aportes na poupança, o terceiro melhor ano em termos de disponibilidade, além de estabilidade nos preços dos materiais e crescimento da empregabilidade e massa salarial. No entanto, alertou sobre os desafios futuros, enfatizando que a continuidade das condições econômicas favoráveis exige cautela e ação conjunta entre empresas e entidades para garantir o crescimento do setor, que, além de gerar empregos, tem um papel social importante ao fornecer habitação.
Fábio Araújo, da Brain Inteligência Estratégica, apresentou dados sobre o crédito imobiliário, destacando a recuperação de 2023 após a queda em 2022, com um aumento de 9% nas unidades financiadas, totalizando 414 mil. No acumulado de 12 meses, a alta foi de 44%, atingindo 532 mil unidades. O valor financiado se igualou a 2022, com um crescimento de 18% e 10% no ticket médio. O mercado de lançamentos se mostrou aquecido, com crescimento significativo na construção e nos incorporadores.
Na ocasião, O representante da Brain Inteligência Estratégica destacou que o programa Minha Casa Minha Vida teve uma participação significativa em diversas regiões: 44% no Norte, 65% no Nordeste, 35% no Centro-Oeste, 57% no Sudeste e 24% no Sul. Após uma queda no segundo trimestre do ano passado, o programa voltou a representar cerca de metade do mercado, impulsionado pelo ajuste das novas regras e pisos de valores. Esse cenário indica um mercado imobiliário aquecido, com recuperação nas vendas e lançamentos, especialmente devido ao financiamento e ao FGTS.
Em seguida, Ricardo Gontijo, da Direcional Engenharia, compartilhou a experiência de sua empresa, destacando a importância da velocidade de vendas como indicador da demanda nos diferentes segmentos do mercado. Ele também destacou os desafios enfrentados pelo setor, como o aumento das taxas de juros. Gontijo ainda enfatizou que a empresa tem buscado adaptar-se às novas condições do mercado, ajustando suas estratégias de lançamento e venda de produtos, com foco em soluções acessíveis.
Rodrigo Osmo, da construtora Tenda, destacou o excelente desempenho de 2024, com 60% das vendas focadas na Faixa 1, e um aumento de 60% nas vendas e lançamentos em relação ao ano anterior. Ele ressaltou que a velocidade de vendas tem superado as expectativas, mas a empresa busca equilibrar preço e ritmo, pois o volume está maior do que o ideal. Esse desafio reflete um mercado aquecido, que exige ajustes constantes para garantir a sustentabilidade a longo prazo.
Ao final, os palestrantes concordaram que, apesar das incertezas econômicas, o setor da construção se mostra resiliente, com boas perspectivas para 2025. A colaboração entre empresas, entidades do setor e o poder público será fundamental para garantir que as condições favoráveis se mantenham e que o setor continue a contribuir significativamente para a economia e a geração de empregos no país.
Para finalizar, Renato Correia, da CBIC, destacou que a reforma tributária proposta pelo senador Eduardo Braga deve ser votada na próxima semana, com o setor imobiliário acompanhando de perto sua tramitação. Embora a reforma busque simplificar e garantir a neutralidade tributária, ela ainda não atende completamente às demandas do setor, que enfrentaria maior complexidade nos cálculos, com ajustes por unidade imobiliária, o que aumentaria os custos operacionais. Correia ainda explica que a principal preocupação é que, sem a digitalização adequada, especialmente para pequenas e médias empresas, a reforma possa dificultar o cumprimento das obrigações tributárias.
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