Cases de inovação e gestão compartilhada fizeram parte dos quatro painéis apresentados no 14º Roadshow COIC. Com o tema “Obras Industriais: O Mercado e a Maturidade das Empresas”, o encontro reuniu especialistas e lideranças do setor nesta quinta-feira (9/10), em formato híbrido, em Belo Horizonte (MG).
O vice-presidente de Obras Industriais e Corporativas da CBIC, Ilso de Oliveira, abriu o evento e destacou a importância de trazer trocas de experiências com exemplos concretos do mercado. “Essa é uma oportunidade de abordar temas importantes para o nosso setor. Há sete anos fazemos esses encontros para que os sindicatos abram essas questões e desenvolvam suas próprias comissões de obras industriais”, disse. Estiveram presentes Raphael Lafetá, presidente do Sinduscon-MG; Marcelo Abreu, presidente da COIC/Sinduscon-MG; e Bruno Baeta, presidente do Sicepot-MG.
No painel Logística: Alavanca de Desenvolvimento e Plano de Projetos da Ultracargo Rafael Barbosa, Head de Engenharia e Construção da Ultracargo, destacou o papel da logística como motor de crescimento para o país e apresentou o plano de projetos da companhia, com foco em sustentabilidade, segurança e industrialização. Segundo ele, a empresa tem buscado antecipar etapas construtivas e levar o máximo de processos para fora do canteiro, transformando-o em um espaço de montagem.
“Tudo isso é possível com uma engenharia com visão de tempo. A eficiência vem quando engenheiros e técnicos pensam como donos de negócio e constroem juntos. Nosso papel é ser mais que prestadores de serviço é sermos parceiros no desenvolvimento do país”, afirmou Barbosa.
O professor da Fundação Dom Cabral (FDC), Paulo Resende, apresentou o Plano de Logística Integrada e destacou os desafios de uma matriz de transporte ainda altamente rodoviária, que responde por mais de 66% dos custos logísticos do país. Ele defendeu o fortalecimento das ferrovias e hidrovias como alternativas sustentáveis e estratégicas para o desenvolvimento nacional.
“É preciso que a engenharia tome conta do planejamento do nosso país. A logística deve ser vista como vetor de aceleração econômica, conectando regiões e garantindo competitividade para a indústria”, ressaltou.
No painel “Inovando do Orçamento à Execução — Case Fortes Engenharia”, Ricardo Abrahão, conselheiro do Grupo Fortes Engenharia, e Jamir Nogueira, diretor comercial, apresentaram os resultados da integração do BIM e de ferramentas de gestão que trouxeram mais precisão, agilidade e sustentabilidade às obras da empresa. Um dos exemplos citados foi a redução de 70 toneladas de resíduos em um projeto para a Vale.
“A cultura da inovação precisa estar dentro da empresa. É um processo que envolve tentativa e erro, mas que depende sobretudo de pessoas motivadas. Nossa mão de obra é pensante e precisa ser valorizada — essa nova geração é quem vai transformar a engenharia”, afirmou Abrahão.
O diretor comercial da MIP Engenharia, Celso Pimentel, apresentou o modelo de gestão compartilhada aplicado pela empresa em consórcios do setor de óleo e gás. O formato estimula a cooperação entre todos os envolvidos no projeto e o alinhamento direto com o cliente.
“Quando todos estão à mesa com o mesmo fluxo de comunicação, o resultado aparece. A confiança no processo é essencial — só assim conseguimos atender prazos e garantir eficiência em obras de alta complexidade”, destacou Pimentel.
Assista o evento gravado na íntegra pelo link:
https://www.youtube.com/watch?v=zlN6vy134Qs
O tema tem interface com o projeto “Sustentabilidade das Empresas do Segmento de Obras Industriais e Corporativas”, da Comissão de Obras Industriais e Corporativas (COIC) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), com a correalização do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional), e com o projeto “Engenharia e Educação como Vetores da Sustentabilidade”, da COIC.
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