A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) realizou, nesta quarta-feira (13), em Aracaju (SE), reunião do seu Conselho de Administração para tratar de pautas estratégicas que impactam diretamente o setor. O encontro reuniu líderes empresariais, especialistas e autoridades para apresentações técnicas e análises sobre financiamento habitacional, sustentabilidade, habitação de interesse social, cenário político e econômico.
A abertura foi conduzida pelo presidente da CBIC, Renato Correia, que apresentou informes institucionais e destacou avanços em parcerias estratégicas, como o acordo firmado com o Banco de Brasília (BRB) para investimentos em tecnologia e inovação no setor. Ele também ressaltou o papel dos indicadores regionais como ferramenta de suporte às empresas em diferentes estados.
O presidente da Associação Sergipana de Empresários de Obras Públicas e Privadas (ASEOPP), Luciano Barreto, deu as boas-vindas aos participantes, ressaltando a importância de sediar um encontro de alcance nacional. Em seguida, foi aprovada a ata da reunião anterior.
Nova modelagem para financiamento habitacional com recursos da poupança
A primeira pauta contou com apresentações de Ely Wertheim, vice-presidente da Área Imobiliária da CBIC e presidente executivo do Secovi-SP, e Felipe Pinheiro, chefe adjunto do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central.
Ely Wertheim destacou a relevância do diálogo aberto com o Banco Central, mas ponderou que mudanças estruturais precisam considerar o momento econômico:
“O movimento do Banco Central de pensar o futuro é saudável e importante, mas o setor está atravessando um período de juros elevados, que encarece o crédito independentemente da quantidade de recursos disponíveis. Nossa preocupação é garantir que qualquer mudança preserve o direcionamento da poupança para o crédito imobiliário, fundamental para a atividade nos próximos anos.”
Felipe Pinheiro esclareceu pontos centrais do modelo em estudo, reforçando que a proposta mantém a essência do direcionamento:
“O novo modelo não significa o fim do direcionamento da poupança. Pelo contrário, ele torna a obrigação das instituições financeiras mais rigorosa, eliminando distorções e garantindo que os recursos cheguem efetivamente ao mercado imobiliário. A produção habitacional continuará sendo atendida, preservando o financiamento à obra e à construção.”
Taxonomia Sustentável Brasileira
Nilson Sarti, vice-presidente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CBIC, apresentou os avanços da Taxonomia Sustentável Brasileira, instrumento que classificará atividades econômicas alinhadas a critérios ambientais, climáticos e sociais.
“A taxonomia será um marco para o setor, orientando investimentos e ampliando o acesso a financiamentos com melhores condições. É fundamental que as empresas se preparem para atender aos novos requisitos, que trarão mais transparência e competitividade.”
Novas Portarias do Minha Casa Minha Vida – Faixas 1 e 4
O vice-presidente de Habitação de Interesse Social da CBIC, Clausens Duarte, apresentou as principais mudanças trazidas pelas Portarias nº 488 e nº 489, de maio de 2025, que alteram regras e recursos destinados ao programa.
“As novas regras trazem oportunidades, mas também desafios de execução. É essencial aprimorar a gestão e garantir maior transparência na aplicação dos recursos, para que possamos ampliar a produção de unidades habitacionais e atender às metas estabelecidas.”
Cenário político e econômico no período pré-eleitoral
O cientista político Leonardo Barreto fez uma análise do ambiente político e econômico nacional, destacando fatores que podem influenciar decisões de governo e o ambiente de negócios:
“O período pré-eleitoral tende a intensificar movimentos que impactam diretamente a economia. É um cenário que exige atenção do setor para adaptar estratégias e reduzir riscos.”
Impactos do aumento tarifário dos Estados Unidos
O ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Rubens Barbosa, apresentou um panorama das recentes medidas tarifárias norte-americanas sobre produtos brasileiros e suas implicações. “O aumento das tarifas traz impactos específicos para determinados segmentos e regiões. É fundamental manter canais de diálogo abertos para buscar soluções que preservem as relações comerciais e minimizem efeitos adversos”, disse.
Encerramento
A reunião reafirmou o papel da CBIC como fórum de articulação e debate de alto nível, reunindo visões técnicas, institucionais e de mercado para fortalecer a construção civil brasileira.
“As pautas discutidas nesta reunião reforçam nosso compromisso com o fortalecimento da construção civil, com foco na estabilidade, inovação e sustentabilidade. Ao reunir lideranças de todo o país, conseguimos alinhar estratégias e ampliar nossa capacidade de atuação em defesa do setor”, afirmou Renato Correia, presidente da CBIC.
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