A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) realizou, nesta terça-feira (18)Firjanminário “Setor da Construção: Panorama e Perspectivas para 2025”, em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio). O painel de encerramento do evento teve como tema “Perspectivas de Crédito Imobiliário para 2025” e contou com a participação de Raul de Oliveira Gomes, superintendente nacional de habitação da Caixa Econômica Federal, Marcelo Kaiuca, presidente do Fórum Setorial da Construção Civil da Firjan, e Renato Correia, presidente da CBIC.
Raul de Oliveira Gomes destacou o papel da Caixa no financiamento habitacional e apresentou dados do setor. Segundo ele, a instituição tem movimentado, em um único dia, cerca de R$ 1 bilhão em contratações, resultando na abertura de 13 novos canteiros de obras diários. “Nosso compromisso é garantir previsibilidade para o mercado, pois qualquer interrupção impacta milhares de famílias”, afirmou.
O superintendente ressaltou o crescimento da carteira da Caixa em 2024, que atingiu R$ 823 bilhões em novembro, mantendo uma participação de 67,5% no mercado. No Rio de Janeiro, a carteira ativa totaliza R$ 53 bilhões, divididos entre FGTS e SBPE. “Houve um crescimento de 23% na contratação em 2024, o que é muito significativo. Essa expansão foi impulsionada pelas mudanças no FGTS e pela retomada do programa Minha Casa, Minha Vida”, explicou Gomes.
Apesar do crescimento geral do setor, Gomes apontou que o Rio de Janeiro teve um crescimento abaixo da média nacional, especialmente no financiamento com FGTS. Para ele, essa discrepância representa uma grande oportunidade. “Temos um potencial enorme para expandir as contratações na cidade e no estado, especialmente com a previsão de orçamento garantido do FGTS para 2025”, afirmou.
O executivo também abordou a recente iniciativa da Caixa para financiar projetos de retrofit, visando a requalificação de edifícios em áreas centrais. “A Caixa agora permite financiamento para aquisição de imóveis para retrofit, antecipa 50% do financiamento para obras e valoriza as estruturas já existentes. Isso pode transformar a dinamização das cidades”, detalhou.
FGTS e os desafios do funding
Renato Correia, presidente da CBIC, reforçou a importância da defesa do FGTS como instrumento essencial para o setor imobiliário e para a população de baixa renda. “O fundo deve continuar sendo utilizado para habitação e saneamento, evitando desvios para outras finalidades”, alertou. Correia também ressaltou que, apesar do crescimento dos investimentos, a inflação e os juros ainda representam desafios que devem ser monitorados de perto.
O painel também abordou as perspectivas do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) Faixa 1, que voltou a receber contratações em 2024, com previsão de uma nova seleção de projetos para este ano. “A primeira fase de reestruturação do programa foi bem-sucedida, mas esperamos ajustes na próxima etapa para torná-lo ainda mais eficiente”, afirmou Correia.
Marcelo Kaiuca, destacou a importância do MCMV e as oportunidades que ele representa para o estado do Rio de Janeiro. Ele enfatizou que, apesar do crescimento do programa na média e alta renda, o estado ainda apresenta um potencial significativo para expandir a contratação de unidades habitacionais na faixa um, que atende a população de baixa renda.
Kaiuca também abordou a importância de parcerias com os entes públicos para facilitar a implementação de projetos habitacionais e a necessidade de ajustes nas legislações locais que possam estar dificultando o avanço do programa.
Perspectivas para 2025
Para 2025, Gomes destacou que o mercado deve continuar crescendo, mas com desafios no funding. “A Selic segue em alta, o que impacta a captação de recursos para financiamentos. Estamos buscando soluções alternativas, incluindo parcerias com o BNDES e fundos constitucionais”, disse.
O evento encerrou com um apelo à mobilização do setor para garantir financiamento adequado e estimular o desenvolvimento imobiliário. “A CBIC continuará trabalhando para melhorar o ambiente de negócios, ampliar as oportunidades e fortalecer a construção civil no Brasil”, concluiu Correia.
O encontro, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), reuniu especialistas para debater os cenários econômico, imobiliário e de crédito previstos para este ano.
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