Brasil precisa dobrar investimentos em infraestrutura, afirma presidente da CBIC

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Renato Correia, participou na quinta-feira (12), em São Paulo, do painel ‘Perspectivas da Construção’, dentro do 6º Encontro Nacional da Indústria de Esquadrias de Alumínio. Questionado sobre os desafios do setor, Correia apresentou um cenário promissor para os próximos semestres, mas alertou que o país tem uma carência gigantesca de investimento em infraestrutura.

“Hoje se investe R$ 200 bilhões por ano em infraestrutura no Brasil, sendo R$ 50 bilhões do poder público, R$ 150 bilhões da iniciativa privada. Seria necessário investir pelo menos mais R$ 200 bilhões para que possamos nos desenvolver melhor. Mas ultrapassada essa questão, pensando no crescimento do Brasil, passando pela reforma tributária que melhora as condições de competitividade, para que as indústrias possam exportar e empregar, melhorar a renda, podemos ter algum plano de avançar na economia”, sintetizou.

Correia também afirmou que há um maior potencial de crescimento nas obras de infraestrutura e obras públicas, porque a nação tem grandes problemas nesses quesitos. “Escolas, hospitais, quem vende esquadria para essas obras, por exemplo, acaba não vendendo e se vende não recebe a tempo. É realmente um problema ligado à legislação sobre licitações, à forma atual como são feitos os pregões eletrônicos. Existe aí um grande desafio para que a gente possa aumentar esse investimento em obras públicas e de infraestrutura que o Brasil merece”, disse.

Em relação ao mercado imobiliário, o presidente da CBIC lembrou que o país tem uma demanda gigantesca por habitação. “O Brasil vem combatendo um déficit habitacional constante de seis milhões e meio de moradias e precisa de R$ 1 trilhão de reais adicionais na economia para combater esse déficit”, comentou. Ele também lembrou que o SBPE e o FGTS estão no limite e que o mercado e o governo vêm estudando e buscando novas formas de funding.

Renato Correia também abordou a questão da reforma tributária, argumentando que o aumento da carga tributária não é aceitável, especialmente em um contexto onde o déficit habitacional é tão significativo. Segundo ele, o setor da construção já contribui com taxas que ajudam a financiar a habitação popular, e não faz sentido onerar ainda mais os consumidores.

O 6º Encontro Nacional da Indústria de Esquadrias de Alumínio aconteceu durante a Feira Internacional da Indústria de Esquadrias (Fesqua), no auditório do São Paulo Expo, na capital paulista. Realizado pela Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal), o encontro trouxe as novidades da entidade, conteúdos de atualização profissional, tendências do mercado e cenário econômico mundial com perspectivas nacionais.

Também participaram do painel ‘Perspectivas da Construção’ o economista Gesner Oliveira (GO Associados); o presidente da Afeal, Filipe Gattera; o presidente da Abrainc, Luiz França; e a presidente do CAU- SP, Camila Moreno de Camargo. A mediação foi feita pelo gerente de relações governamentais e institucionais da Foco Assessoria e Consultoria, Renato Roll.

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