O último painel do Conexão CBIC discutiu como o cenário político e econômico mundial afeta os negócios brasileiros. O debate “Um Mundo em Disputa – Como as mudanças na ordem econômica e política global afetam a indústria brasileira” encerrou um dia de debates que envolvem o setor da construção durante o evento promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
O painel contou com a participação de Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Londres e Washington. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que participaria do encontro, não pôde comparecer.
“Foi importante a CBIC encerrar esse evento como tema o que está acontecendo no mundo. Os empresários começaram a ter prioridade para entender isso, porque a gente está acostumado a olhar pro próprio umbigo. Por conta das transformações que acontecem no mundo, começa a haver a necessidade de entender qual o impacto disso pro Brasil”, afirmou Barbosa.
O ex-embaixador destacou que o mundo passa por transformações na economia e na política internacional. Para ele, o liberalismo que prevaleceu no pós-Segunda Guerra está “superado”. A entrada da China na economia global alterou o eixo econômico, e movimentos recentes, como o protecionismo adotado nos Estados Unidos, reforçam “o poder do mais forte”. Segundo Barbosa, o uso de tarifas por Donald Trump exemplifica “o uso da força para ganhos políticos”.
Durante o painel, o jornalista da CNN Brasil, Daniel Rittner, mencionou a ligação feita nesta terça-feira pelo presidente Lula ao presidente americano, Donald Trump, e questionou Barbosa sobre o gesto. “Me espanta que o governo brasileiro tenha ficado 10 meses sem comunicação com o governo americano. Ainda restam 20% de produtos tarifados. Foi muito bom ele ligar pra lá. Os interesses nacionais devem estar acima do partidarismo”, respondeu o ex-embaixador.
Ao traçar o panorama internacional, o ex-embaixador reforçou que o Brasil precisa entender seu papel. “O Brasil é uma das dez maiores economias do mundo e temos que nos concentrar naquilo que interessa, onde o Brasil tem força: segurança alimentar, transição energética e meio ambiente. Mas não há políticas para fortalecer onde o Brasil é forte”, afirmou.
O presidente da CBIC, Renato Correia, ressaltou a importância de incorporar essa visão à agenda do setor. “É sempre muito importante analisar a questão externa, e o Brasil precisa se preparar para ter uma resposta rápida para isso”, afirmou durante o painel.
Para o presidente-executivo da CBIC, Fernando Guedes Ferreira Filho, o setor deve discutir o potencial das exportações de serviços de engenharia. “O que o setor da construção pode fazer é algo que devemos colocar na pauta. O Brasil, com toda a sua tecnologia em engenharia, pode atender mercados de outros países, não apenas os que estão em guerra, mas também aqueles que precisam de infraestrutura”, destacou.
Iniciativa da CBIC, o Conexão CBIC 2025 tem correalização do SESI e SENAI; patrocínio oficial da Caixa Econômica e Governo Federal; patrocínio institucional do Sienge e sistema Confea, Crea, Mútua; patrocínio ouro da Saint-Gobain; patrocínio prata da Atlas Schindler; e patrocínio bronze da Senior, Impacto Protensão e Konstroi.
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