O 12º Roadshow COIC, realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), através da sua Comissão de Obras Industriais e Corporativas (COIS), no último dia 25 de setembro, teve como destaque o painel “Gestão Compartilhada – Como os Consórcios Somam Expertises e Multiplicam Resultados – Case CBE”. O evento, que promoveu um debate sobre as oportunidades de investimento em obras industriais na Região Norte, foi centrado no tema “Região Norte: Vetor de Oportunidades para as Obras Industriais” e contou com a presença de especialistas, empresários e representantes do poder público. O painel apresentou o Projeto Boa Esperança como um exemplo de como consórcios podem alavancar resultados no setor industrial e otimizar investimentos em regiões estratégicas.
Eduardo Silvino, Diretor de Operações da RETC Infraestrutura Industrial, destacou a importância do consórcio Boa Esperança, formado pela RETC e a Milplan Engenharia, como um modelo de gestão compartilhada de sucesso. Segundo ele, o projeto é um exemplo da força de uma aliança empresarial que vai além da simples soma de esforços. Silvino ressaltou a complementaridade entre as duas empresas, onde a RETC se especializou na execução de obras de construção civil e movimentação de terras, enquanto a Milplan possui expertise em montagem eletromecânica. “Essa sinergia entre a construção civil e a montagem eletromecânica foi essencial para agilizar a entrega do projeto e reduzir custos operacionais, ao mesmo tempo que garantiu a qualidade e a segurança”, afirmou.
O projeto, localizado na cidade de Tucumã (PA), enfrentou desafios logísticos e estruturais, mas, segundo Silvino, a colaboração entre as empresas e seus subcontratados foi crucial para superá-los. Ele enfatizou a importância da gestão conjunta para otimizar o uso de mão de obra especializada e maximizar a eficiência do projeto. “Com essa parceria, conseguimos mobilizar mais de 3.000 colaboradores ao longo do projeto, e, em seu pico, contávamos com 1.700 funcionários, dos quais 70% eram provenientes do Estado do Pará”, comentou Silvino, destacando o impacto positivo da contratação de trabalhadores locais.
Além da gestão de pessoas, a parceria entre as empresas proporcionou uma redução significativa nos custos operacionais e aumentou a agilidade no processo de construção, com etapas de fundações e montagem acontecendo de forma simultânea. “Conseguimos somar as capacidades técnicas das duas empresas, o que nos permitiu lidar com projetos complexos e garantir altos padrões de segurança”, afirmou o diretor da RETC. O consórcio Boa Esperança atingiu a impressionante marca de 7 milhões de horas trabalhadas sem incidentes com afastamento, um dos maiores trunfos do projeto.
Logística e Desafios Locais
Matheus Machado, Gerente de Obras da Milplan Engenharia, trouxe à tona a magnitude e complexidade do Projeto Boa Esperança, que, segundo ele, envolve uma movimentação de mais de 1 milhão de metros cúbicos de terra e a montagem de mais de 8.000 toneladas de estruturas metálicas e equipamentos. Machado enfatizou o impacto da logística na execução do projeto. “Uma das grandes barreiras foi a infraestrutura da região. Tivemos que alojar cerca de 60% dos trabalhadores, o que exigiu uma coordenação intensa, já que a cidade de Tucumã não estava preparada para receber um número tão grande de pessoas”, explicou.
Ainda sobre a logística, ele destacou que a parceria entre RETC e Milplan foi essencial para mobilizar rapidamente os equipamentos necessários para a execução das obras. “Assim que ganhamos o contrato de terraplenagem, mobilizamos máquinas de diferentes regiões do Brasil, o que foi determinante para que o projeto seguisse dentro dos prazos estipulados, mesmo enfrentando o período chuvoso no início da obra”, completou.
Machado também salientou que o projeto, inaugurado em setembro de 2024, gerou impactos significativos na economia local, além de ser um marco de desenvolvimento industrial para a região Norte. A obra incluiu a execução de 398 estacas e mais de 26 mil metros cúbicos de concreto estrutural, números que evidenciam a grandiosidade do empreendimento.
Ao longo do painel, os especialistas também debateram sobre as perspectivas para o desenvolvimento industrial na Região Norte. Eduardo Silvino pontuou que o consórcio não apenas entregou resultados operacionais, mas também serviu como plataforma para a inovação e o desenvolvimento de uma nova geração de profissionais. Ele destacou a importância do debate técnico e da troca de conhecimento no setor, afirmando que “fomentar discussões técnicas é crucial para gerar inovação e, assim, impulsionar o desenvolvimento da região”.
O tema tem interface com o projeto “Sustentabilidade das Empresas do Segmento de Obras Industriais e Corporativas”, da Comissão de Obras Industriais (COIC) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), com a correalização do Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).
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